sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Carta de Desfiliação do PT

Carta de Desfiliação

Maceió, 20 de julho de 2009.

Prezado companheiro,

Ingressei no Partido dos Trabalhadores no início da década de 90, ainda na adolescência, como filiado interno. Lembro-me do dia e do argumento utilizado pelo saudoso companheiro Joaquim Calado, para convencer-me a assinar a ficha de filiação: “Átila, o PT precisa de você, da sua militância!” Nestes mais de 15 anos, aprendi muito na militância partidária, tanto nas atividades práticas e na elaboração política, quanto no exercício da convivência entre as diversas correntes que constituíram e construíram o partido.

É público e notório as mudanças programáticas ocorridas no PT, às alianças com setores que outrora combatíamos, como é o caso dos senadores José Sarney e Renan Calheiros, além do prefeito Cícero Almeida, do qual o PT faz parte de sua gestão, juntamente com Fernando Collor, Tomaz Nono, João Lyra, etc.

Durante todos estes anos, através da Corrente O Trabalho, participei da resistência, lutando para manter no PT seus elementos históricos constitutivos mais combativos e seu caráter militante.

Vivo um processo de alienação com o PT, no sentindo marxista, pois apesar de todos os esforços e tentativas, não me reconheço mais dentro de sua estrutura, não me enxergo mais enquanto militante petista, estranhamento este, fruto do rebaixamento programático e que provocou em mim, o afastamento gradativo da vida partidária.

Por torna-se impossível a minha permanecia entre os filiados e pela convicção de que o Partido dos Trabalhadores, não precisa mais de mim e nem da minha militância, venho solicitar a minha desfiliação Partidária.

Aos companheiros e companheiras, honestos e coerentes, que permanecem no PT, deixo a vontade e expectativa de mantermos laços nos movimentos sociais, na luta contra as políticas neoliberais e em defesa dos interesses populares.

Atenciosamente,

Atila Vieira Correia

Titulo de Eleitor: 212055417/08

Zona: 001 / Seção: 159


Ao Sr. Gino César

Presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores - Maceió



quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ó Deus, 50 não é muito pouco?



Hoje, abro espaço para uma breve homenagem ao cantor Michael Jackson, falecido na última quinta-feira, deixando um legado artístico incontestável. A melhor forma de reverenciar um artista, é através da arte e farei isso por meio da música Ben (imortalizada na voz do pequenino Michael) e de duas poesias, a primeira do grande humorista e também poeta, Fábio Rabin e a segunda poesia é do cantor Tom Zé.


_____________________________________________________________________

Ele era homem, era gay
Era negro, branco não sei!
Só sei que era belo
Dançava, cantava
Era tudo
Era um ídolo
Era humano
Errava tão errado
Que andava pra trás
Mas acertava nas palavras
E nos gestos que ainda faz
Porque está vivo
É imortal
E prova que branco, negro, do bem ou do mal
O que interessa é que a alma dança no final!

______________________________________________________________

Ó Deus, 50 não é muito pouco?
Jackson já era esquartejado pop
Multiplicado em muitos esqueletos-rock.
Por que juntá-lo numa morte só
Da luz fazendo um monte de pó?

_________________________________________________________________

terça-feira, 23 de junho de 2009

AS “TRÊS PECINHAS DO AMOR” DE ALAGOAS NO SENADO E OS ATOS SECRETOS


Foi revelado hoje (23/06) o nome dos senadores e ex-senadores beneficiados com os “atos secretos”, são 37 senadores e 24 ex-parlamentares envolvidos em um esquema que vem desde 1995. Não há distinção partidária - PT, DEM, PMDB, PSDB, PDT, PSB, PRB, PTB e PR têm representantes na lista. Senadores aparecem como beneficiários de nomeações em seus gabinetes ou que assinaram atos secretos da Mesa Diretora criando cargos e privilégios.

A expectativa é que essa lista cresça com o aprofundamento das denúncias. As investigações revelam que a prática de ocultar deliberações (os “atos secretos”) envolvia todos os presidentes e primeiros-secretários que passaram pelo Senado desde 1995.

Os três Senadores alagoanos: Renan Calheiros, João Tenório e Fernando Collor, aparecem na lista dos beneficiados por este esquema de corrupção, o que nos deixa profundamente envergonhados e indignados com a irresponsabilidade de “nossos representantes”.

Confira a lista de todos os beneficiados com o esquema dos “atos secretos” do senado:

Aldemir Santana (DEM-DF)
Antonio Carlos Júnior (DEM-BA)
Augusto Botelho (PT-RR)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
Delcídio Amaral (PT-MS)
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Efraim Moraes (DEM-PB)
Epitácio Cafeteira (PTB-MA)
Fernando Collor (PTB-AL)
Geraldo Mesquita (PMDB-AC)
Gilvam Borges (PMDB-AP)
Hélio Costa (PMDB-MG) licenciado (ministro)
João Tenório (PSDB-AL)
José Sarney (PMDB-AP)
Lobão Filho (PMDB-MA)
Lúcia Vania (PSDB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Maria do Carmo (DEM-SE)
Papaléo Paes (PSDB-AP)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roseana Sarney (PMDB-MA)
Sérgio Zambiasi (PTB-RS)
Serys Slhessarenko (PT-MT)
Valdir Raupp (PMDB-RO)licenciado (ministro)
Wellington Salgado (PMDB-MG)


Senadores que assinaram atos secretos quando integravam a Mesa Diretora da Casa


Antonio C. Valadares (PSB-SE)
César Borges (PR-BA)
Eduardo Suplicy (PT-SP)
Garibaldi Alves (PMDB-RN)
Heráclito Fortes (DEM-PI)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)
Paulo Paim (PT-RS)
Romeu Tuma (PTB-SP)
Tião Viana (PT-AC)
.


domingo, 21 de junho de 2009

PARA O BEM DO JORNALISMO E DA DEMOCRACIA, VAMOS REAGIR A MAIS ESTE GOLPE!


Perplexos e indignados os jornalistas brasileiros enfrentam neste momento uma das piores situações da história da profissão no Brasil. Contrariando todas as expectativas da categoria e a opinião de grande parte da sociedade, o Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, acatou, nesta quarta-feira (17/6), o voto do ministro Gilmar Mendes considerando inconstitucional o inciso V do art. 4º do Decreto-Lei 972 de 1969 que fixava a exigência do diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista. Outros sete ministros acompanharam o voto do relator. Perde a categoria dos jornalistas e perdem também os 180 milhões de brasileiros, que não podem prescindir da informação de qualidade para o exercício de sua cidadania.

A decisão é um retrocesso institucional e acentua um vergonhoso atrelamento das recentes posições do STF aos interesses da elite brasileira e, neste caso em especial, ao baronato que controla os meios de comunicação do país. A sanha desregulamentadora que tem pontuado as manifestações dos ministros da mais alta corte do país consolida o cenário dos sonhos das empresas de mídia e ameaça as bases da própria democracia brasileira. Ao contrário do que querem fazer crer, a desregulamentação total das atividades de imprensa no Brasil não atende aos princípios da liberdade de expressão e de imprensa consignados na Constituição brasileira nem aos interesses da sociedade.

O voto do STF humilha a memória de gerações de jornalistas profissionais e, irresponsavelmente, revoga uma conquista social de mais de 40 anos. Em sua lamentável manifestação, Gilmar Mendes defende transferir exclusivamente aos patrões a condição de definir critérios de acesso à profissão. Desrespeitosamente, joga por terra a tradição ocidental que consolidou a formação de profissionais que prestam relevantes serviços sociais por meio de um curso superior.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), como entidade de representação máxima dos jornalistas brasileiros, esclarece que a decisão do STF eliminou a exigência do diploma para o acesso à profissão, mas que permanecem inalterados os demais dispositivos da regulamentação da profissão. Dessa forma, o registro profissional continua sendo condição de acesso à profissão e o Ministério do Trabalho e Emprego deve seguir registrando os jornalistas, diplomados ou não.

Igualmente, a FENAJ esclarece que a profissão de jornalista está consolidada não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. No caso brasileiro, a categoria mantém suas conquistas históricas, como os pisos salariais, a jornada diferenciada de cinco horas e a criação dos cursos superiores de jornalismo. Em que pese o duro golpe na educação superior, os cursos de jornalismo vão seguir capacitando os futuros profissionais e, certamente, continuarão a ser a porta de entrada na profissão para a grande maioria dos jovens brasileiros que sonham em se tornar jornalistas.

A FENAJ assume o compromisso público de seguir lutando em defesa da regulamentação da profissão e da qualificação do jornalismo. Assegura a todos os jornalistas em atuação no Brasil que tomará todas as medidas possíveis para rechaçar os ataques e iniciativas de desqualificar a profissão, impor a precarização das relações de trabalho e ampliar o arrocho salarial existente.

Neste momento crítico, a FENAJ conclama toda a categoria a mobilizar-se em torno dos Sindicatos. Somente a nossa organização coletiva, dentro das entidades sindicais, pode fazer frente a ofensiva do patronato e seus aliados contra o jornalismo e os jornalistas. Também conclama os demais segmentos profissionais e toda a sociedade, em especial os estudantes de jornalismo, que intensifiquem o apoio e a participação na luta pela valorização da profissão de jornalista.

Somos 80 mil jornalistas brasileiros. Milhares de profissionais que, somente através da formação, da regulamentação, da valorização do seu trabalho, conseguirão garantir dignidade para sua profissão e qualidade, interesse público, responsabilidade e ética para o jornalismo.

Para o bem do jornalismo e da democracia, vamos reagir a mais este golpe!

Brasília, 18 de junho de 2009.

Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ
.